Cemitério do
Campo Santo
Até o início do século 19, as pessoas eram normalmente sepultadas dentro de igrejas ou em terrenos próximos de propriedade das congregações religiosas. Sepultamentos era uma importante fonte de recursos para as igrejas.
Em 1835 foi proibido o sepultamento em igrejas na Bahia, por lei provincial. Havia o receio de contágio de doenças. A lei, entretanto, entrou em conflito com a tradição religiosa e gerou o movimento popular conhecido como a Cemiterada.
Em 23 de outubro de 1836, foi inaugurado o Cemitério do Campo Santo, construído por particulares, com autorização do governo. O local era parte da antiga fazenda São Gonçalo, na época, um lugar afastado. Dois dias depois da inauguração, foi invadido, seus muros derrubados e a primeira Capela, destruída.
Em 1939, após um trabalho de educação da comunidade, a Santa Casa de Misericórdia assumiu a responsabilidade pelo Cemitério do Campo Santo. A Santa Casa já administrava um pequeno cemitério de escravos no Campo da Pólvora. Em 1941, a Santa Casa iniciou a reconstrução do Cemitério e da Capela. Finalmente, a partir de 1844, passou a funcionar de forma regular, com a realização do primeiro sepultamento.
A atual Capela de Nossa Senhora da Piedade, que fica dentro das instalações do Cemitério, foi construída de 1870 a 1874.
Desde o século 19, o Campo Santo recebe para sepultamente pessoas de várias classes, incluindo nobres e escravos, pobres e ricos. Foram sepultados aqui, por exemplo, o Visconde de Pedra Branca (1855), o Barão de Cajahiba (1870), o Barão de Catu (1876), Antônio de Lacerda (1885), Aristides Maltez, Luiz Tarquínio, Lauro de Freitas, Nina Rodrigues, Oscar Freire, Pedro Mello, J.J. Seabra, Simões Filho, Edgard Santos, Octávio Mangabeira, Góes Calmon, Luis Viana (pai e filho), Paes Mendonça, Antônio Carlos Magalhães entre outros famosos.
Castro Alves foi sepultado no Campo Santo, em 1871. Seus restos mortais foram transferidos, em 1971, para uma cripta na base de seu monumento, na Praça Castro Alves.
Os mausoléus do Campo Santo e suas belíssimas esculturas tornam o Cemitério um dos mais belos do mundo. Inclui, por exemplo, o belo mausoléu da família Odebrecht, de 1960, de autoria de Lina Bo Bardi e Carybé. Hoje, o Campo Santo é também uma atração cultural, um museu.
A bela Estátua da Fé, do escultor alemão Johann von Halbig, é tombada como patrimônio histórico nacional pelo Iphan, desde 1966. Esculpida em mármore de Carrara, foi instalada no Campo Santo, em 1865, e possui cinco metros de altura, com pedestal. Foi adquirida na Alemanha pelo Barão de Cajahiba para homenagear seu filho sepultado no Cemitério.
Em frente, fica o Cemitério dos Estrangeiros.
Muitas e belas esculturas são encontradas no local.
Estátua da Fé.
Entrada do Cemitério do Campo Santo, com sua Capela, ao fundo. Desde o século 19 é um local bem arborizado e de aspecto agradável.
Parte detrás da Capela de N.S. da Piedade.
Alguns dos belos mausoléus do Campo Santo.
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